quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sobre as mudanças.......

A infância era uma época em que eu achava que as roupas que eu mais gostava encolhiam e não era eu que estava crescendo, pedia para fazer aniversário junto com vovó (e achava uma injustiça meu primo poder comemorar o aniversário dele sempre na mesma data do dela ,não compreendendo que eu não poderia mudar a data do meu nascimento), acreditava que o amor era como chave e fechadura, e havia uma pessoa do sexo oposto reservada exclusivamente para a outra. Acreditava em céu e inferno e nos dogmas da Igreja Católica. Tinha tanto medo de perder alguém que eu amava que algumas vezes não conseguia nem comer de tanto pavor. Tinha medo de trovão. Tinha crises de asma em semana de prova. Tinha medo de escuro. Dormia de mãos dadas com vovó. Me sentia responsável pela minha minha irmazinha quatro anos mais nova. Sentia saudade de algo que eu não conhecia.

Na adolescência eu acreditei que era muito mais madura o que as outras pessoas da minha idade.
Acreditava que nada de mal poderia me acontecer e que podia fazer coisas que mudariam o mundo, que ao 30 anos já seria casada, mãe de 2 filhos saudáveis e bem sucedida. Acreditava que amar era vontade de beijar na boca e ficar perto da outra pessoa. Acreditava no Lula, e que se eleito ele poderia salvar o meu país. Queria ser e me vestir como todas as outras garotas da minha idade. Não sabia bem em que acreditar já que comecei a contestar alguns aspectos da minha religião. Mantinha a fé. Não tinha medo de quase nada, só o medo do escuro persistia e a saudade daquilo que eu não sabia o que era também.

No início da vida adulta passei a confiar menos nas pessoas, perdi um pouco de doçura, decidi que não queria casar, achava que era independente e livre. Mantive a fé em Deus. Percebi como o mundo era cruel, vi tanta miséria e tristeza, acreditava que devia haver uma razão para isso. Escolhia as roupas que ia usar pensando no que os outros pensariam. Pensei que viver intensamente era fugir da mediocridade. Achava que dormir era uma absurda perda de tempo. Aquela velha saudade se mantinha.

Hoje, com mais de 30 anos, acredito que as pessoas, incluindo eu, são boas porém fracas e isso é o que as torna perigosas, acredito no amor como fonte de aprendizado. Acho que amor é vontade de evoluir para corresponder ao companheiro admirado que está ao seu lado, é ter piadas que só o casal entende, é respeito, é pureza sem perfeição, é ter no amor o melhor amigo, é confiar a ele os segredos inconfessáveis. Comecei a entender que a vida é apenas uma etapa, por isso alguns sofrem tanto e outros nem tanto, já que todos sofrem um pouquinho. Aprendo diariamente com meu trabalho, meu marido, minha família e meus amigos. Quando estou estressada não tenho mais crises de asma. Não tenho mais medo de escuro. Não durmo de mãos dadas com vovó mas ela mora no meu coração e falo com ela todos os dias. Entendo melhor meus pais. Não mais me sinto responsável pela minha irmã, somos amigas e compartilhamos muitos interesses em comum. Entendo que todos tem defeitos. Não tenho necessidade de ser aceita e querida por todos. Escolho as roupas que gosto não me imporatndo com o que os outros vão pensar. Falo mais verdades. Vivo intensamente. Acho que dormir é uma oportunidade mágica. Acho que fugir da mediocridade é estar aberta ao aprendizado, é poder mudar e evoluir, é se libertar de preconceitos, é se permitir!! Casei e foi o dia mais feliz da minha vida. Trabalho muito mas sou bem sucedida no que faço.... e apesar de muitas vezes me sentir tão cansada a ponto de pensar que não vou aguentar mais um dia eu amo minha profissão. Sei que tenho que fazer mais coisas boas para não permitir que esta vida passe em vão. Sonho com filhos no futuro. A saudade daquilo que eu não sabia o que era.......nunca mais senti! Acredito no amor eterno e até acho que aquela coisa da chave e fechadura, até que pode fazer algum sentido.......rs.

6 comentários:

  1. Eu continuo achando que dormir é perda de tempo. Será que um dia isso vai mudar? kkkkkkkk...

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  2. ótimo texto, ótimas colocações. mas lembre-se, quando tiver um filho , as preocupações serão outras e vc se sentirá muito pequena na vida e muito grande para as roupas. rs. ESCREVA MAIS E SEMPRE. BJO.

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  3. Filha, seu texto está ótimo.Todos aqui em casa percebemos a sua mudança de comportamento diante do mundo, principalmente quando voce fala que vive mais intensamente, que não sente a necessidade de ser aceita e querida por todos, de se vestir sem pensar nas opiniões.

    Quase chorei quando li seu texto,percebo que voce conhece bem o assunto de relações humanas em seu tesxo o fisilogismo não existe.... bjss mas por favor trabalhe menosssssssssssss

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  4. Te amo vc.é uma pessoa muito especial pra mim. Sua mãe.

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  5. Te amo vc.é uma pessoa muito especial pra mim. Sua mãe

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